Mantendo laços em tempos de distanciamento

Estamos vivendo um momento diferente de tudo aquilo que cada um de nós já experimentou. Estamos dentro de casa, impedidos de ver nossos amigos, de abraçar nossos familiares e de estar presencialmente na escola todos os dias. As relações entre a escola e as famílias precisaram se adaptar aos novos tempos. Os professores têm mantido laços com os alunos por meio de uma plataforma de aulas online e a equipe da escola tem usado o celular quase em tempo integral.

Para tentar diminuir um pouco essa distância, muitas estratégias tecnológicas têm sido usadas. Nossa Diretora, a professora Renata Guerra, gravou um vídeo para mandar uma mensagem aos pais e alunos. Confiram abaixo: 💕💕

A Professora Ana Lúcia, regente das turmas de Educação Infantil EI-42 e EI-43, fez um vídeo-homenagem de todos os profissionais da escola aos nossos queridos alunos e seus responsáveis. Vejam que emocionante! 😍😍

Já estamos há pouco mais de 3 meses em distanciamento social e nosso contato tem sido somente pelo celular e pela tela do computador. Mas nossos alunos não deixaram de enviar fotos e vídeos fazendo as atividades, mandando beijos e abraços e externando a saudade e a falta que o cotidiano da escola faz na vida de todo mundo.

Recebemos manifestações carinhosas quase todos os dias. Mas recebemos uma mensagem em áudio e dois textos, em especial, que nos fazem ter a certeza de que estamos oferecendo um ensino de qualidade e que estamos no caminho certo!

✔ O áudio abaixo é da Responsável Suellen Albuquerque, mãe da aluna Ana Clara, da Educação Infantil. 💬
Apertem o botão abaixo e ouçam essa bonita mensagem: 🔊🔊
(caso estejam no celular, cliquem em "ouvir no navegador")

Artur Ramos · Áudio - Responsável Aluna Ana Clara

✔ O texto abaixo é da Responsável Adriana Rodrigues, mãe do aluno João Miguel, da Educação Infantil. 💬

" Meu Deus, que áudio lindo! Como fico feliz em poder estar ajudando meu filho nesse momento tão difícil, e fico mais feliz ainda em ser reconhecida com todo esse carinho da escola e dos professores. Eu faço com muito amor! É gratificante poder estar do ladinho do meu João e estar ajudando ele nas tarefas. 

Ele está morrendo de saudades de cada professor, da escola, dos amiguinhos e sempre fala que quer voltar pra escola, mas tenho fé em Deus que tudo isso vai passar e nós vamos poder nos encontrarmos de novo. Fico mega feliz em abrir o celular todas as manhãs e ver uma tarefa pra ele fazer. Quando demoro a chamar ele pra fazer, ele mesmo me lembra “Mamãe olha meu dever, não esquece!!” Isso é gratificante! 

Meu muito obrigada a cada um de vocês e que tenhamos fé porque nosso Deus é maior e tudo isso vai passar! 

Tia Marcella, a você todo o meu agradecimento e à Equipe Artur Ramos! 🙏🏻😘🌻 "

✔ Este outro texto, é da Responsável Rúbia Magna, mãe do aluno Gabriel Castro, do 3º ano. 💬

As quarenta horas de Angicos x Quarentena 

No início deste ano, digo 2020, especificamente em seu início, logo no comecinho mesmo, no primeiro mês, janeiro, para não me perder de vista do meu propósito, me inscrevi e assisti efetivamente a primeira aula do curso de formação em professora. 

Nossa!!!! Enchendo o peito de ar e de alegria, de propósito, me vendo finalmente dar os primeiros passos para esta linda profissão. E pensando, eu agora entrei na fase concreta, assinei o contrato e sou uma aspirante a professora. 

Muito bem! As aulas começaram, e desde já eu ouvia dos professores: "Todo professor deve ser um pesquisador". Eu sabia que teoricamente aquilo fazia muito sentido. O que eu não sabia, é que muito em breve, precisamente dois meses após meu ingresso no curso, a vida me traria na prática essa realidade de forma tão clara, explícita, impositória. 

Em 16 de março, há exatos 90 dias, foi dado início à quarentena na qual estou agrupada. E nesta, e durante esta, em meio a tudo que envolve, seja emocionalmente, seja fisicamente, seja financeiramente, se fez presente desde o início a realidade de trazer para dentro de casa tudo que até então as crianças faziam na escola. 

Comecei a perceber a comoção e mobilização dos profissionais da educação em transportar os conteúdos aplicados no ambiente escolar para dentro das casas das famílias. Acontece que nesse processo, os professores passaram a se expor, abrindo suas casas, mostrando sua intimidade, invadindo suas horas, aumentando sua criatividade dentro de um tempo recorde imposto por uma condição da natureza igualmente imposta, e tudo isso precisaria para tornar de uma forma o menos impactante possível, da colaboração de quem estava recebendo este conteúdo. Ou seja, os pais, mães, responsáveis legais por essas crianças. 

Acontece que no momento em que eu me deparo com todo esse contexto enquanto mãe, eu também me deparei enquanto estudante, e sobretudo, como profissional da educação, visto que apesar de ainda não ter me formado eu já trabalho na área. 

E é claro que vi nesta quarentena uma oportunidade única de poder pesquisar, estudar, conhecer mais sobre a "História da Educação", os grandes nomes, as referências, as verdadeiras Histórias que nos contam. A História daqueles que até hoje inspiram pessoas que como eu estão em busca do conhecimento. 

Inevitavelmente fui buscar Paulo Freire. Além de descobrir que Paulo Freire é o brasileiro que mais recebeu títulos honoris causa pelo mundo, além de descobrir que "Pedagogia do Oprimido" é a 3ª obra mais citada em trabalhos de ciências humanas do mundo, enfim, além de toda sua biografia, me deparei com algo muito oportuno que me trouxe até o desejo incontrolável dessa escrita. Que foi: "A experiência de Angicos". 

Trata-se de algo mais ou menos assim: " Os participantes iriam aprender a ler e escrever, e ainda se politizar em 40 horas, o que constitui os objetivos fundamentais da experiência que se deu na cidadezinha localizada no sertão do Rio Grande do Norte, em princípio de 1963, o que tornou Angicos uma palavra emblemática para todos aqueles que se interessam pela Educação Popular". 

No primeiro momento eu fiquei muito chocada de pensar como isso seria possível em tão pouco tempo? Mas no dia seguinte, ao receber o material diário de estudos da Escola Artur Ramos, eu percebi claramente que, assim como em "ANGICOS", na Artur Ramos também os professores tiveram apenas 48 horas para se transformar, se transportar para nossas casas, se reinventar com tanto empenho, com tanto amor, com tanta criatividade, nos apoiando, nos informando, e porque não dizer: nos abraçando. Nos oferecendo essa rotina tão necessária não só para nossos pequenos, mas para nós adultos também. Fazendo isso sempre de uma forma tão lúdica, criativa e com conteúdo riquíssimo. Por essa razão, a analogia se deu de forma tão espontânea. Ou seja, o que me trouxe a escrever foi exatamente pensar nessa ponte que me levou ao título. 

Por isso hoje, completando 90 dias de quarentena, de afastamento social, quero deixar registrado meu eterno agradecimento aos profissionais (todos) da Artur Ramos. Quero dizer que estudar com meu filho o material que vocês preparam é, dentre outras coisas, um verdadeiro estágio pra mim. Não poderia ser mais gratificante. Deixo aqui registrado meus PARABÉNS a todos e a certeza que podemos sim vivenciar as experiências de Paulo Freire e todos os outros grandes mestres quando existem profissionais como vocês. 

Finalizo com Gratidão e Muita Saudade. 

Rúbia Magna